Capítulo 31

Cadu sorriu e chegou mais perto de mim, dando beijinhos em meu pescoço.
- Ainda bem que você quer... Nunca tinha levado um toco – riu fraco. 
- Jura?! 
- Sim. Quer dizer, eu nunca fiquei afim de ninguém que namorava. Na verdade, se eu fiquei a pessoa me disse que tinha namorado e eu deixei pra lá. Mas você... Eu precisei insistir. E deu certo... – sorriu. 
- Hum... Deu por que o Thiago me apunhalou pelas costas, isso sim! – ri fraco – Mas, você fica aqui de papo com todas, ou tem outro tipo de diversão? – mordi os lábios. 

A resposta do Cadu foi um beijo. Um beijo quente. Quando dei por mim, Já estava de calcinha em cima dele, num beijo mais quente ainda. Ouvi o meu celular tocar e parei rapidamente.

- Deve ser a Marcela... – disse e o Cadu bufou. 

- Ah... Oi, Carol.
- Amiga! Onde você está? Eu te procurei a festa inteira! Encontrei o Thiago sozinho, sentado num banco. E ele estava chorando e pela boca, ele vomitou... Não sei o que aconteceu, mas você tem que resolver isso, já que o namorado é seu... – senti uma pontada de culpa e desliguei o telefone.
- O que houve? 
- Ahm... O Thiago precisa de mim agora. Ele está chorando e vomitando... – ri fraco. 
- Vai lá então... Fiquei na vontade de continuar tudo isso, mas eu sei que não vou ter outra chance. Não demoro a voltar para o Brasil. 
- Hum... Mas quem sabe, a gente não se reencontra pelo Brasil? – falei terminando de me arrumar e dei um beijo em seu rosto. 

Abri a porta do seu quarto e desci correndo. O Cadu continuou no quarto. 
Fui até a mesa onde estávamos e o Thiago estava lá. Bebendo água. 

Thi... 
- Desculpa. Eu sei que você viu. 
- A gente conversa em casa, depois que você tomar um banho e melhorar. 
- Você está chateada? 
- Não. Você tem mil e um motivos para fazer isso comigo. 
- Por quê? 
- Ah, Thiago! Você sabe... E a gente conversa depois. 
- A Marcela mandou uma mensagem nesse instante. Ela disse que o Paulo está vindo – Igor disse. 
- Ela sempre manda mensagens pra você... Malu, a gente pode bater um papo? Carol vem comigo também – Camila disse. 

Camila me puxou até um local meio vazio para conversarmos fora de toda aquela zoada. 

- Onde você estava?! 
- NoquartodoCadu – falei rapidamente. 
- Você não presta – Carol riu alto. 
- Não... Repete, por favor... – Camila disse. 
- Repetir o quê? 
- Onde você estava... Devagar, para que eu possa entender melhor. 
- No... Quar... To... Do... Ca... Du... 
- Não vou perguntar o que estava fazendo por que eu já sei. Por que fez isso com o Thiago? 
- Não transei com o Cadu! A gente só se beijou. E o Thiago fez o mesmo com uma garota aí... 
- Ah. Explicado por que ele chorava e dizia que a culpa não foi dele – Carol riu. 
- É. Eu... Fui ao quarto do Cadu, mas não rolou nada. Queria me vingar do Thiago por que ele fez tudo isso na minha frente, e me desobedeceu quando pedi para não beber, mas na hora eu não consegui. 
- Sério? 
- Sim? 
- Mentira, Malu... – Camila disse. 
- O Cadu é um gostoso! Eu duvido! – Carol disse. 
- A gente se beijou e... Ah, quase rolava, mas aí você ligou Carol! E me senti mais culpada que ele. Eu não estava bêbada. Ele estava... 
- Eu atrapalhei? – Carol riu. 
- Você ajudou idiota! – Camila disse. 
- Você fez os dois, Carol – ri – Atrapalhou, não me deixando experimentar aquele garoto e me ajudou a não fazer burrada. Gente... O Cadu... Ele é um deus grego! Seu corpo é tão... Ai meninas... Ele disse que ficou na vontade de continuar e também, ele já vai embora... 
- Que pena. Mas você tem namorado. 
- Eu sei. Por isso disse que a gente se esbarraria um dia pelo Brasil. Quem sabe... Ele é do Rio de Janeiro, mas o mundo é tão pequeno... – ri – Ai, ai... Vamos voltar. 

Quando voltamos à mesa, o Paulo já estava lá. Despedimos do pessoal, inclusive do Cadu, mas ninguém percebeu nada. Só as meninas, por que já sabiam e entramos no carro, em direção ao Hostel. Nosso Hostel, que é um albergue, foi criado pela Marcela e os donos da Intercambio First. Cada colégio ficava em um Hostel. São cinco quartos com duas camas de casal em cada, dois enormes guarda-roupas, duas estantes e uma TV. A sala tem um bom espaço que abriga todos que veem morar aqui, a cozinha também tem o espaço suficiente, o banheiro, e ainda tem uma área bem legal do lado de fora com uma mesinha para comer, e a piscina. Não era uma piscina grande, mas dava pra tomar sol e se divertir. Tirando a sala de estudos que tinha também, era um lugar muito legal de ficar. Pensei que seriam como os Hosteis que vi na internet, mas esse é bem aconchegante. 
Quando chegamos, já estava quase amanhecendo. O Thiago já estava cochilando no meu colo, então os meninos tentaram carrega-lo até a cama, o que não foi sucesso. 

Malu... – Thiago disse alisando meus cabelos. Sua boca estava com cheiro horrível de álcool. 
- Ewww! Que nojo! – ri – Levanta agora, vai escovar esses dentes e tomar um banho! 
- Você está de mal comigo? – de mal? Ri alto. Parecia uma criança falando assim. 
- Não, Thiago. Eu já disse... Vem, levanta esse corpo mole dessa cama! 
- Por que a gente não fica na mesma casa que as outras cinco pessoas? 
- Elas não são do mesmo colégio e tem outra pessoa que supervisiona. Para de conversa mole, levanta! 
Malu... Desculpa... 
- Não quero gritar com você por que no quarto ao lado dorme outras pessoas... Então por favor, levanta. 
- Por que vai gritar comigo? Eu pedi desculpas! 
- Ahhhhh! Mas como você fica um porre quando bebe! – levantei e tentei puxá-lo pelos braços – Thiago me ajuda, e levanta! Se eu ficar te puxando você vai... Cair... 

Foi o que aconteceu. O Thiago caiu da cama. Não sabia se gritava com ele ou se dava risada do estado em que ele se encontrava. 

- Minha cabeça dói... Parece que tem um martelo dentro dela... Sabe... Martelando... 
- Na quinta bebida eu mandei você parar. E você me desobedeceu. Nem sei quantas tomou. 
- Eu também não sei... Ai... – Thiago dizia com as mãos na cabeça e por fim, levantando do chão. 
- Vem, vamos ao banheiro. 

Levei o Thiago até o banheiro, que era no fim do corredor e encontrei o Pedro acordado na cozinha. 

- E ai, Pedro! Malu vai me dar banho... – Thiago disse nos fazendo rir. 
- Pedro, seis e meia da manhã e você acordado?! 
- Eu perdi o sono e vim comer – riu. 
- Ah. Vou dar banho nesse bêbado aqui – ri. 

Dei um banho de leve no Thiago que o tempo todo me pedia desculpas. Eu não respondi nenhuma vez e terminei o banho. Esperei ele trocar de roupa, fui pegar um suco e o levei de volta para o quarto. 

- Enquanto estava se trocando eu peguei um suco. Tá bem docinho, então é bom você beber. 
- Você é um anjo que caiu do céu. Hmmmm... Esse é o suco da Camila, não é? É uma delicia. Enfim... Malu, pequena... Me perdoa. Eu sei que bebi demais da conta, mas não é por isso que estou pedindo desculpas. É pelo beijo. Eu nem sei quem é essa garota, juro! E sei que você viu, por que vi onde você estava e quando olhou para trás estávamos nos beijando. 
- E a dança sensual que vocês protagonizaram eu também vi. Mas esquece ! Você estava bêbado e também tem direito de fazer isso comigo por que eu já fiz isso contigo. 
- É diferente, você sabe... 
- Não, não é! Sabe que não é... Mesmo que o meu beijo com o Lucas tenha sido só por um segundo e o seu foi... Ahm... Mesmo assim, você tem direitos de poder fazer isso comigo e eu te perdoo por isso. 
- Eu te amo pequena. E... Eu quero muito descansar – riu fraco – Ainda tem um martelo na minha cabeça – ri. 
- Você é ótimo quando fica bêbado! Vamos descansar né? Por que já são quase sete da manhã! 

Deitamos na cama calmamente e desliguei a luz. 

Malu... 
- Vai dormir garoto! – ri – O que foi? 
- Onde você ficou o resto da festa? As meninas te procuraram... 
- Eu precisava esfriar a cabeça, então dei uma volta pela casa – menti. 
- Hum. 

***


Faltava um mês para voltar ao Brasil. Passamos todo esse tempo estudando, fazendo curso de inglês, atividades extracurriculares e, conhecendo Toronto. Mas, Marcela resolveu nos levar para conhecer mais um pouco do Canadá e em um mês fomos visitar algumas das principais cidades daqui. Não toda, mas conhecemos um pouco de cada uma delas. 

***


Antes de ir embora, a vovó já tinha sido notificada pela diretora Marcela. Enquanto ela ligava para todos os responsáveis, estávamos levando nossas coisas para o carro. Assim que ela terminou, esperamos os outros intercambistas entrarem noutro carro, entramos no nosso e seguimos para o Brasil. 
A viagem foi longa e eu dormi por quase todo o tempo de duração. Ontem, nos divertimos muito fazendo uma festa no próprio Hostel, juntamente com os outros cinco que passaram junto conosco e terminamos muito tarde, então mal dormi. 
Quando chegamos ao aeroporto da cidade, senti uma vontade incontrolável de chorar ao ver a minha avó chegando com o Gustavo e os meus melhores amigos. 

- Está mais gordinha meu amor... – vovó chegou me dando um longo abraço apertado – Thiago cuidou bem da minha menina?! 
- Cuidei sim, Dona Tereza – abraçou a vovó também. Aproveitei para falar com meus melhores amigos. 
- Que saudade imensa! Queria ficar conversando com vocês todos os dias, mas não dava... Só pude nos primeiros meses, depois ficou cada vez mais complicado. Mas viram que eu sempre mandava mensagens... 
- E tuites. Eu fiquei ligada no seu twitter. Todos os dias tinha uma postagem sua – Isabela disse. 
- É... Como eu não gosto de postar o que faço no Facebook, o twitter é o melhor lugar pra isso – ri – Olha, os presentes estão todos aqui, nessa mala – mostrei a mala – Amanhã eu prometo que passo o dia com vocês e entrego os presentes. 
Malu, vamos? Jonas chegou ele vai nos levar em casa – vovó disse. 

***


Faltavam duas semanas para o natal. A vovó começou a fazer amizade com a avó da Camila, então as três – Dalva, Tereza e Paulina – estavam organizando o natal. A festa ia ser linda e a vovó disse que tinha muitas surpresas. 
A festa ia ser no casarão dos pais do Thiago. 

Hoje, já estavam todos lá arrumando a festa, eu e a Camila estávamos no salão. Digo, no salão improvisado que fiz em meu quarto. Ficamos nos arrumando e depois, fomos até lá, à noite. 
Assim que chegamos, já senti o cheiro do peru e do salpicão de longe. 

- Já posso pegar o prato? – ri. 
- Calma mocinha, mal chegou... Ainda estamos finalizando. O Thiago e o Gustavo estão na piscina. 

Depois que enchemos nossa barriga com muita comida, ainda tinha a troca de presentes. A vovó decidiu começar. Entregou o presente do Thiago, da Camila, Dalva, Paulina e por fim o meu e do Gustavo. 

- Cadê a sacola? – Gustavo perguntou. Realmente era estranho, pois não tinham mais presentes em sua mão. 
- O presente de vocês foi o mais caro. Na verdade, sinto que foi necessário esse presente até pra mim, no momento. 
- Sem blá, blá, blá... Diz logo! 
- Comprei uma casa nova! Ela tem três quartos, é bem aconchegante... Depois vamos dar uma visitada nela. 

Eu e o Gustavo corremos para dar um forte abraço na vovó. Era realmente o que queríamos. Uma casa nova e maior do que aquela. 
Continuamos a troca de presentes e depois curtimos um som até tarde da noite. Foi bem divertido. A avó da Camila foi embora e deixou que ela dormisse lá em casa. Ainda bem que ela gostou do Gustavo. 

- Amiga... Uma casa nova pra vocês vai ser perfeito! – Camila disse. Estávamos no quarto, prontinhas para dormir. 
- Ah... Claro né? Um quarto pro Gustavo ficar mais a vontade com você... – ri alto. 
- É. Pensando por esse lado, também é bom – riu. 
- Amiga... Lembra-se do Cadu? 
- O que tem ele? Não me diga que se apaixonou... 
- Não – ri fraco – É que ele me mandou uma mensagem. E... A mensagem foi tão quente, que me deixou com vontade de aceitar a proposta dele. 
- E cadê a mensagem? Mostra! 
- Eu recebi enquanto tomava banho. E você sabe... Eu fiquei... Ahm... Aqui – ri. 

“Hey Malu! Lembra-se de mim? Sou o Cadu da praia, do Canadá, da festa... Aquele que te mostrou o quarto... rs. Enfim, se você lembra, eu quero dizer que hoje, não parei de pensar em você e em tudo o que aconteceu naquele dia no quarto. Eu... Porra! Por que aquela sua amiga ligou? Estava louco pra sentir seu corpo macio no meu, de fazer tudo contigo. Porra ia ser tão bom. Eu ia te fazer ficar louca e seria uma das melhores noites que você já teve com outro homem. Por que eu sou homem de verdade. Se você quiser, eu vou até onde você mora e a gente marca um rolê.
PS.: Espero que seu namorado não leia isso hehehe.
Beijos delícia.”

- Realmente... Ele é um homem de verdade mesmo! Não desmerecendo o Thiago, mas esse aí... Amiga, não faça isso, mesmo que você esteja com muita vontade! 
- Não estou. Quer dizer... Ele me deixou louca dizendo isso, mas o Thiago me satisfaz muito! E... Eu não sou uma vagabunda! 
- Eu sei! Por isso que é melhor você deletar agora essa mensagem e se quiser responder o Cadu, diga que não. 
- Eu já respondi. Eu disse que se ele quiser vim, será para um passeio amigável. Mas ele ainda não me respondeu. 
- Espero que ele não seja daqueles que não desiste fácil. Vai ser barra, mais um pra querer te atrapalhar com o Thiago – riu. 
- Ele é pegador. Me contou uma vez que nunca levou um toco, mas a gente ficou, então creio que já foi o suficiente pra ele. 
- Acho que não, amiga. Vocês não terminaram completamente a ficada que ele queria... Então ele deve insistir te deixando mais louca com as mensagens... 
- Nem me fale! Não quero pensar nisso! 

***


Hoje, seria a festa de ano novo do clube. Depois da inauguração do clube ano passado, toda data comemorativa, sempre tem alguma festa no clube e são as melhores. 
Fui me arrumar na casa da Camila, que era mais perto do clube. 

- Por que você e o Gustavo não namoram logo? 
- Não quero aceitar assim tão depressa. Mal voltei do Canadá e também, a gente ficou pouco tempo juntos e não nos conhecemos ainda tão bem assim para engatar um namoro. 
- Pelo que conheço do Gus, ele já pediu não foi? – ri. 
- Sim... 
- E você não me contou?! Como assim Camila! Me conta agora! 
- Ok... 

POV (narração da Camila)
Gustavo pediu licença ao Thiago e me levou para perto da piscina. 

- Não queria deixar o Thi sozinho... – disse ao Gustavo. 
- Ele sobrevive – Gustavo deu um sorriso bobo. 

Gustavo começava a me beijar e deixava cada vez mais a coisa esquentar. Eu queria, mas estava com vergonha do Thiago olhando, só que o coitado não estava nem ai. Ele queria mesmo era ouvir a Malu no telefone com o pessoal do Green. 

- Namora comigo... – Gustavo sussurrou em meu ouvido. 
- Eu disse a você que precisamos nos conhecer mais. 
- A gente já se conhece o suficiente. Podemos nos conhecer mais ao longo do relacionamento. A gente se ama, eu te amo. Qual mal nisso? 
- Vamos levar mais um tempo assim... Eu estou gostando mais. 
- Não quero insistir pra não brigar contigo. Mas, não vou desistir de te pedir em namoro – riu. 

FIM DO POV
- Sua chata! Você não deve nada a ninguém, tem mesmo é que aceitar. Se ele demorar de pedir, tenha atitude e peça você! 
- Eu sei. Mas acho que não é o momento agora. Vamos terminar de se arrumar, eu quero chegar cedo ao clube. 

Para quem era sócio do clube, poderiam sentar nas mesas reservadas. Então, a vovó tinha a mesa dela reservada para cinco pessoas e a avó da Camila também. Então, a D. Dalva, vovó, Marcos, Sônia e a avó da Camila sentaram em uma mesa e eu, o Thiago, o Gustavo e a Camila em outra. Os pais da Camila tiveram que viajar para o Rio, a negócios e passaram o ano novo por lá, mas ela nem ligou. Já se acostumou em passar mais tempo com a avó. Pedimos para juntar as mesas, que mal iríamos ficar sentados, então para ninguém querer nossas cadeiras, juntamos as mesas para guardar nossas coisas. 

A primeira banda entrou e ficamos nos divertindo e bebendo um pouco. A principal banda entra daqui a pouco, na virada do ano. Eu amava essa banda. 
Quando eles começaram a fazer a contagem regressiva, ficamos de mãos dadas e ao fim abraçamo-nos e gritamos muito, curtindo o som. 
Continuamos a curtir a festa até o dia amanhecer. Claro, que os adultos e foram dormir ás três e nos deixaram lá. Ficamos até fechar o clube, literalmente. Os seguranças tiveram que nos botar pra fora! Foi engraçado. 

***


Acabaram festas, férias... Agora, é hora de procurar algo de útil para fazer. Depois que terminei meu ensino médio, pensei que pudesse passar um ano em casa, curtindo mais um pouco ou quem sabe em um curso, trabalho, algo que eu goste, mas a vovó e o Gustavo disseram que a faculdade é bem melhor ser feita enquanto jovem e o mais cedo possível, assim você termina cedo e já tem um emprego, algo fixo. 
Ontem fiz meu teste vocacional e liguei para Carol e a Camila fazerem o mesmo, mas elas já sabiam o que fazer. A Carol queria cursar Publicidade e a Camila, Psicologia, bem a cara dela mesmo. Eu não sabia de jeito nenhum o que fazer. Sempre quis trabalhar com a minha mãe, viajando por aí, com os negócios dela e do meu pai, mas agora não tenho como fazer isso e vou seguir a minha vida. Decidi fazer Relações Internacionais, pois assim, me espelharia em meus pais. 
Cada uma se inscreveu para fazer vestibular em uma faculdade daqui da cidade. Eu escolhi a mesma que os meus melhores amigos, assim ficaria mais perto deles todos os dias. Mesmo que o curso não seja o mesmo. 

Ah... Chegou o verão! O clube estava cheio e ainda por cima, os turistas que vieram passar as férias aqui tinham vindo conhecer o clube. E o Victor também estava por lá. Ele já tinha me avisado por mensagem, então marcamos de nos encontrar por lá. Claro que o Gustavo foi pra vigiar. Lá também íamos encontrar o JP. Thiago não gosta do Victor, então preferiu não ir. Fomos todos em um carro só, o do JP. 

- Vamos passar na casa da minha namorada que ela também vai... – Gustavo disse. Todos o olharam surpreso. 
- Namorada?! Hum... Quem é a louca?! – JP disse nos fazendo rir. 
- É a Camila, otário! – riu – A minha mina. 
- JP a Camila não namora o Gustavo não. Estão ficando – disse. 
- Sabia! Duvido que ele consiga namorar sério. 
- Duvida? Rapaz... Não duvide não, viu?! Vamos apostar que hoje eu peço a Camila em namoro?! 
- Apostado, então – os dois selaram o acordo e chegamos à casa da Camila. Ela já estava no portão. 

Chegamos ao clube e o Victor ainda calado. Não sei se foi por causa do Gustavo lá, o que deixou ele com vergonha, ou algo aconteceu. 

- O que aconteceu com você, Victor? Calado... 
- Estou esperando um assunto em que eu conheça – riu fraco. 
- Como está lá o colégio... – Gustavo puxou assunto com o Victor. 
- Terminei o ano já. A Júlia lhe mandou um beijo e sua galera também. Contei que você está morando por aqui... 
- Sei... Falei com eles esses dias. 
- Júlia é sua ex? – Camila perguntou. 
- Ficante. Eu nunca namorei, você sabe... 
- Ficante?! – Camila perguntou já com a voz alterada. 
- EX ficante! 
- VOCÊ DISSE FICANTE EU NÃO SOU SURDA! 
- Vai gritar?! Você perguntou se ela era minha ex e eu respondi ficante, mas é ex ficante! Saiba entender e não misturar as coisas! Como vou ficar com uma garota que mora em São Paulo?! 
- Tudo pode acontecer. 
- E também se eu tivesse ficando com ela, o que é que tem?! 
- Não tem nada. Eu não sou nada sua, não mando em você... Faça o que quiser. 
- Ainda bem que você pelo menos tem noção disso. Acho que já deu pra mim. 
- Mal chegou Gustavo, para com isso! – disse tentando amenizar. 

Ficamos tentando conversar outras coisas, mas eles dois não estavam numa harmonia boa. O Gustavo decidiu chamar a Camila para conversar em outro lugar e ela foi. 

- JP, vai dar um mergulho lá... – Victor disse. Já vi que isso não ia prestar. 
- Saquei. 
- E você e o Thiago? – Victor perguntou. 
- Estamos namorando. 
- Não tenho chances com você? 
- Não. 
- Eu sei que você quer e a gente combina, o seu namorado não precisa saber. 
- Melhor não, sabe?! Fica chato pra mim... Eu me sinto mal depois e ele me conhece, acaba descobrindo. 
- Estou aqui essa semana inteirinha. Se me quiser... – sorriu. 
- E ai, vai ficar com o Victor? – JP chegou se intrometendo. 
- Eu tenho namorado! 
- Só uns beijinhos... Você quer, eu sei. 

Ok. Eu queria mesmo... Mas querer não é poder. 

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