Capítulo 25

- Mãe, com quem nós vamos falar para ficar no palco? – Isabela perguntou. Não acredito que a mãe dela não tinha dito! E se der errado? Coitada da Alice... E de mim.
- Entendi... O nome dele é Cláudio? Ok, ok, mãe... Obrigada! Beijos – desligou. 

- Meninas! Vamos entrando! A gente vai falar com tal de Claudio... Ele fica na entrada ali acalmando o pessoal da fila. 
- Eu tenho medo dessas fãs... Quando nos vir entrando vão ficar mega furiosas! – Alice disse. 
- Se você se importa com isso... Melhor nem entrar! – passamos pela fila e perguntamos ao segurança quem era Claudio. Ele nos mostrou meio desconfiado – Ahm... Cláudio! Eu sou a Isabela, filha da Cristina. Essas são minhas amigas Alice e Maria Luísa. Minha mãe conversou com você sobre a minha entrada? – enquanto Isabela perguntava, eu estava apertando as mãos da Alice. Estávamos ansiosas. 
- Oi Isabela! Muito bom te conhecer de perto! – Claudio sorriu – Ahm... Podem entrar. Venham comigo! Sergio cuida da galera, quando voltar abra os portões. 

Claudio nos deixou entrar. Meu coração gelou, as meninas na fila ficavam gritando. Pensei que iam nos jogar pedras... O segurança mandou a galera calar a boca – com educação e se acalmar para a abertura dos portões. Nessa hora ninguém, eu disse, ninguém se acalmou. Mas eu não me importava. Meu lugar já estava reservado. 
O amigo da mãe da Isa nos explicou que ficaríamos no canto do palco do começo ao fim do show e era a única coisa que ele poderia fazer. Ficaríamos ali, ao lado dele, e não poderíamos sair e nem correr para agarrar quem estiver fazendo o show no momento. A gente entendeu. 

***


Posso dizer que foi o melhor dia que tive?! Os shows foram incríveis e como eu conhecia as músicas de todas as bandas que passaram pelo festival, cantei e dancei muito! Eu e as meninas nos divertimos e choramos no nosso show preferido. Quer dizer, a Isabela ficou emocionada conosco. A melhor parte foi depois do show, abraçar e tirar foto com cada um que saía do palco. Estavam suados, mas quem liga?! 
A mãe da Isabela chegou ao fim do show pra falar com o Claudio, agradecer e nos levar pro hotel. Amanhã bem cedo à gente volta pra casa, pois ela trabalha cedo. 

***


Passei a viagem de volta inteirinha vendo fotos e vídeos que fiz. Não dava pra dormir, pois a viagem é rápida. Ainda conversei por bate papo com a Alice. A nossa despedida foi muito triste. O dia que passamos com ela foi muito divertido, e gostei da sua companhia. Ela não parava de nos agradecer por ter realizado o seu sonho. 
Assim que cheguei, o Thiago e a Dalva estavam lá. Abri a porta e eles estavam rindo muito, mas pararam quando eu apareci na sala. A vovó levantou e me deu um longo abraço. 

Malu! Como foi a viagem? – vovó perguntou. 
- Ótima! Acho que a – ia dizer que foi a melhor viagem, mas lembrei que fiz duas viagens perfeitas com o Thiago, e acho que ele não ia gostar se eu dissesse isso na sua frente – a viagem não foi nada como eu esperava! Fomos para um show e a senhora sabe o que houve? 
- Me conta! 
- Pude ver aquela banda que eu amo! Tirei foto e tudo o mais! Ai vovó... Foi perfeito! Te mostro as fotos. 

Não falei com o Thiago. Só dei um sorriso e um abraço em sua avó. Subi, arrumei minhas coisas e depois de descansar fui à casa daCamila. Precisava conversar com ela e saber do Leonardo. Acho que ela gosta dele. 

- Juro para você. Não estou afim. Não curto homem como ele! 
- Por que não diz? Eu prometo a você que não vou te armar com ele. 
- Se fizer isso vai ser tempo perdido. – rimos – É sério. Não estou afim dele. Ah! Sabe com quem eu estou conversando muito agora pelo chat? 
- Eu conheço? 
- Sim. Seu primo. Estamos nos dando muito bem. Ele continua afim de mim. 
- E você? 
- Ah, ele parece ser um cara legal. Uma pena mesmo que não mora mais aqui. Quando volta? Se ele voltar, quem sabe... 
- Agora você quer? – rimos alto – Ele vem sim, em dezembro. 
- Oba! Espero que daqui pra lá não apareça ninguém interessante. 

Contei todos os detalhes da viagem e fui entrar no meu Facebook pra mostrar as fotos que tirei no show, quando sobe o chat do Thiago. Tinha me mandado uma mensagem. 

“Fiquei feliz por você. De verdade. Queria tanto ter te abraçado ali quando deu a notícia, mas você pediu assim né. Então, beleza. Saiba que você merece tudo isso que conquistou. Foi merecido mesmo. Continue correndo atrás dos seus sonhos, viu? Beijos e se cuida.”
Chorei. Camila me abraçou forte e disse umas palavras de conforto. Fiquei imaginando como seria se estivéssemos juntos nesse momento. Seria lindo compartilhar a minha felicidade com ele. Ele ia dar muita risada e provavelmente ficaria com ciúmes, mas ainda assim, ficaria feliz por mim. 
Resolvi ligar para ele e agradecer a mensagem. Assim, tentaria conquistar a sua amizade de volta, já que não corro mais atrás dele para voltarmos a namorar. 

- Hum... Me ligando?! – Thiago perguntou.
- Por quê? Eu não posso ligar pra você? Poxa, Thiago... Eu quero ser sua amiga!
- Desculpa. Sim, por que me ligou?
- Acho que foi você quem me enviou agora uma mensagem no Facebook. Então, resolvi te ligar para agradecer. Fiz mal?
- Claro que não! – riu fraco – Ahm... Fiquei feliz por você. Eu lembro que você ficava vendo os DVDs e sonhando com tudo aquilo...
- Verdade – funguei. Ainda estava tristonha – Thiago. Eu sei do que fiz e com certeza você dessa vez tem toda a razão de ficar mal comigo e terminar. Mas acho que já deu... A gente... A gente podia ser amigos. Eu entendo se não me quiser de volta, mas pelo menos a nossa amizade poderia prevalecer.
- Não quero ficar me iludindo. Você me provoca muito e eu sofro depois.
- Não acredito que disse isso. Não mesmo! Eu acho que fiz mal em ligar... Não vou correr mais atrás de você.
Desliguei. Ele realmente queria isso. Que eu ficasse correndo atrás e ele me dando bolo. Mas agora cansei. 
Passaram-se dois meses e tudo continuava na mesma. Só um pouco melhor. O Thiago e eu estávamos nos falando normalmente, como amigos, graças ao pessoal que ajudou ele a se tocar. Não estava bem como eu queria, mas pelo menos ele falava comigo. Eu e o Lucas estávamos nos dando bem também. Às vezes ele aparecia com alguma garota lá no Green (fofocas de Isabela), mas eu não ligava. Afinal, ele é assim mesmo. Eu não posso reclamar. 
Ah, lembra do Victor que eu conheci na internet? Vem passar as férias aqui também. Espero que não venha no mesmo dia que o Gustavo e que não se biquem aqui. Eles moram na mesma cidade, e ainda foram colegas. O Gustavo não gosta dele, mas nunca quis me contar o porquê. Os pais do Victor vêm passar aqui na cidade, então ele vai fazer de tudo para que possa vim aqui me ver, deve ser perto. A Carol voltou a ficar com o Igor. Eles fazem um casal tão bonito. Deveriam namorar. Agora que ela está “boazinha”, seria fofo. 

***
Hoje o Leonardo me contou que o Thiago estava sentindo minha falta. Mas não é só de mim. Dos meus beijos, de... De tudo! E o pior que eu também estava. Eu sei, sou muito confusa. E esse meu jeito já machucou muitas pessoas. 
Estava saindo do colégio e encontrei o Thiago indo também. Resolvi falar com ele. 

- Hey! Amanhã a gente se vê? 
- Sábado? 
- Não é por que a gente não namora que não podemos nos ver todos os dias. Eu já falei que quero ser sua amiga. Eu gosto muito de você.
- Nos somos amigos. E eu também gosto muito de você. Eu te amo. 
- Para, Thiago! Não somos amigos. Você mal puxa assunto comigo. Isso dói. Voltamos a nos falar por que o pessoal insistiu para você. Só que não é a mesma coisa... Você está frio. 
- Estou indo aos poucos Malu. A gente pode sair amanhã... Aonde quer ir? 
- Na sorveteria? 
- Eu... Você sabe que eu não gosto da sorveteria... Mas sem problemas. Pode ser. Tanto faz. 
- Entendo. Esqueci da sua raiva pelo JP – ri fraco. 
- Amanhã então? Passo em sua casa – Thiago disse me dando um beijo no rosto – Eu tenho que ir. Vou sair com meus pais. 

Thiago veio me buscar em casa e fomos para a sorveteria. Por sorte, talvez, o JP não estava lá. Nem seus pais, somente funcionários. 

- O que desejam? Hoje temos um novo cardápio com novos sabores incríveis de sorvete! – o garçom veio sorrindo nos entregando o cardápio. 
- Obrigada! – sorri – Ahm... Cadê os donos e o seu filho? 
- Estão viajando. 
- Obrigada. Vamos olhar os novos sabores e chamamos você. 

Thiago continuava sério. Por que raios fui perguntar do JP? 

- Olha só um dos sabores do sorvete... JP! – riu alto – Já tinha visto? É de baunilha, tem caramelo, chocolate quente, morangos... Hum... Parece ser gostoso, digo, o sorvete, não o JP! – rimos. 
- Você é louco, Thiago! Eu nunca tinha visto esse sabor. Queria experimentar... 
- Pensei que já tivesse experimentado – Thiago disse seco. Droga! Eu mais uma vez disse besteira! Mas estava falando do sorvete! 
- Estou falando do sorvete. Esse sabor é novo. 
- Eu sei. Estava brincando. Hum. Eu quero o que sempre peço. Coco – riu e chamou o garçom. 
- Já escolheram? 
- Sim. Ahm... Eu quero coco e ela quer o sabor novo, JP. 
- Hum... Esse sabor novo vai dar o que falar! – o garçom riu – As meninas que vêem aqui na sorveteria são loucas pelo JP. Por isso os donos, seus pais, quiseram colocar esse novo sabor com o nome dele. 
- Sim. Conheço muitas meninas assim... – olhou pra mim. O garçom riu. 
- Ok. Vou trazer os sorvetes! 

Conversamos muito enquanto tomávamos o sorvete. Pedi novamente perdão por tudo e ele me perdoou. Ficamos rindo e depois nos despedimos ali mesmo na sorveteria com um forte abraço. Fazia muito tempo que não sentia seu corpo quente no meu. Mesmo que não tenha sido da forma em que eu queria, mas senti. Sussurrei um “amo você” em seu ouvido e ele fez o mesmo. Não queria parar aquele abraço gostoso, mas a Camila e as meninas chegaram cortando o clima. 

- Obrigada. – sorri ironicamente. 
- Cadê os meninos? – Thiago perguntou. 
- Jogando no condomínio do Igor. Estamos indo pra lá. 

Enquanto estávamos andando até o condomínio do Igor, eu fiquei pensando sobre tudo o que aconteceu comigo depois que vim para o Centro. Minha vida mudou, eu mudei! Só pra constar já faz um ano que moro aqui, é como se tivesse nascido de novo. 
Camila me tirou do transe assim que chegamos à quadra. 

- O que houve? Passou o caminho todo calada. 
- Um ano que a minha vida mudou. 
- Por que parou pra pensar isso? 
- Fui cruel com todos os homens. Thiago, Lucas... Sou destruidora de corações. 
- Para com essa idiotice! Você não é! 
- Sou sim. Sou sim. 
Isso tudo me fez chorar e me deixar mal. As meninas vieram me abraçar junto com a Camila e depois os meninos me perguntaram por que estava assim. Claro que eu não respondi. 

- Ei, a gente pode conversar? – Thiago perguntou. 
- Achei que tivéssemos conversado tudo – funguei. 
- Podemos? 
- Tudo bem – fomos para uma pracinha do condomínio. 
- Chorou por quê? 
- Faz um ano que estou aqui. Um ano que faço você sofrer. Desculpa. 
- Louca – riu – você me fez muito feliz – pegou no meu rosto carinhosamente e olhou em meus olhos – Ainda me faz. Nenhum relacionamento é perfeito. Já disse. 
- Mas é tudo culpa minha. 
- É culpa nossa. Esquece isso! Vamos viver o agora, o futuro. Guarde o que foi bom e jogue fora o que restou... – cantarolou – Conhece essa música, certo? 
- Claro! Uma das minhas preferidas. 

Sorri e o abracei bem forte. Ele me fazia tão bem e eu de alguma forma não conseguia fazer o mesmo. 

- Obrigado por tudo que tem feito por mim. E desculpa qualquer coisa que eu já lhe fiz. Não foi minha... 
- Esse papo já cansou – rimos – Amo você. Amo seu jeito tímido, confuso, doce, explosivo... Amo você por inteira. Alguém igual não existe. Apesar de ás vezes, quase sempre – riu – eu exagerar nas brigas, sou assim. É complicado dividir você! Eu te quero só pra mim. Sou ciumento – fez uma cara muito fofa e eu queria muito pegá-lo no colo. 
- Eu sei – rimos – Eu te amo. Amo tudo em você. Sua boca, seus olhos, seu corpo... Ah, por que estamos nos declarando? – ri sem graça. 
- Por que a gente se ama! Não gosto de te ver triste. Fico triste também. E você não em motivos para isso, não é? 
- Eu sei. Ahm... Lembrei que tenho que chegar cedo em casa. 
- Tem compromisso? 
- Não. Mas estou cansada. 
- Achei que depois de tanta declaração ia rolar um clima... Um beijo... – rimos. 
- Somos amigos. 
- Amigos que já namoraram e sentem saudade um do outro podem se beijar. Só lembrando o que me disse... 
- O pessoal fica falando depois. 
- Lá em casa? Agora? Não conto a ninguém. Mantemos segredo. – sorriu maliciosamente. 

Concordei e fomos até sua casa. O Thiago inventou que ia me levar em casa e depois voltava. Será que alguém acreditou? Por sorte a D. Dalva estava no curso de informática e a casa estava vazia. Estava muito nervosa. Era como se fosse à primeira vez em que iríamos nos beijar, tocar, nos amar. 

***
Thiago bateu a porta do seu quarto com uma voracidade e me beijou. Logo estávamos nos beijando com todo o amor possível. Passei minhas mãos por dentro de sua camisa e pude senti-lo ficar arrepiado com meu toque. Com um sorriso sapeca e uma força incontestável, inverti nossas posições, tendo-o ao meu comando. Subi com meus lábios até sua boca e depois fui descendo novamente trilhando beijos até seu umbigo. Pude notar que a cada beijo, o abdômen dele se enrijecia, fazendo-me ficar com mais desejo ainda. Não satisfeita apenas em beijá-lo, decidi passar minha língua por todo o seu tórax. Ele respirava com dificuldade e vez ou outra fechava os olhos sentindo a sensação de minha língua em seu corpo. Desci até o cós de sua bermuda e com delicadeza a retirei. Ele até então estava ofegante, e pude notar que seu membro já estava pulsante dentro de sua boxer preta. Eu (que ainda estava totalmente vestida) queria maltratá-lo, e foi isso que eu fiz. Distribuí beijos molhados desde sua boca, passando por queixo, pescoço, clavícula, peitoral, umbigo, "países baixos" e parando-os entre suas coxas. 

- Não faz isso comigo. – Thiago disse ofegante. 

Naquele ato de pura entrega eu tive mais certeza do que nunca que nós nos amamos intensamente, incomparavelmente, descontroladamente e apaixonadamente. Tê-lo comigo era algo indescritível. Depois de muito amor, eu fui me trocar e desci, pois D. Dalva já ia chegar. 

- Obrigado por hoje. – sorri. 
- Mais uma vez maravilhosa. – rimos. 
- É... Então... Bom... A gente... A gente se vê no colégio, não é? – sorri sem graça. 
- Sim. Tchau, amiga. 

Rimos e me despedi dele com um abraço forte. Enquanto andava, D. Dalva já estava subindo para chegar em casa. Ainda bem que não viu nada. 

Malu! Tudo bem? 
- Sim! E com a senhora? 
- Tudo certo. Acabamos de chegar da aula de computação. Ainda bem que está no fim. Onde estava? 
- Fui ver o jogo dos meninos... 
- Sei... – rimos – Vou indo, meu anjo. Tchau. 

Quando cheguei em casa não consegui esconder o sorriso. Thiago me faz sentir completa. Os outros são os outros. 

***
Hoje ao olhar meus emails, recebi um da minha professora de inglês sobre a prova que vai ter daqui a cinco dias valendo uma bolsa para intercambio no Canadá. Sempre sonhei com isso. Eu e meus pais, já tínhamos tudo programado para o meu terceiro ano poder fazer a High School fora do Brasil. Não importa para onde, eu só queria estudar fora. Só queria conhecer novas pessoas, novas culturas, mudar um pouco. Mas só queria... Talvez com esse email da professora, eu posso conseguir passar nessa prova. É só se esforçar e estudar mais um pouco de inglês, o que não é difícil. Afinal, além do colégio, já tive aulas de inglês, mas parei por causa da minha avó, que não podia pagar. 
Eram 10 pessoas da cidade que ganhariam a bolsa. Mas não a cidade toda, só os colégios que foram escolhidos. Comecei a estudar para garantir a minha. A vovó gostou da ideia e decidiu me apoiar. Mesmo dizendo o tempo todo que ia sentir minha falta, mas ela sabia que minha viagem já estava sendo planejada há muito tempo. 
No colégio, uns diziam que não podiam, mas queriam, outros se inscreveram também, inclusive o Thiago, a Carol e Camila. Se nós quatro ganharmos, vou ficar muito feliz. 
O aniversário da Carol era mês que vem. Juntamente com o fim de ano escolar. Claro que ela ia fazer aquele festão de dar inveja no bairro inteiro, como ela sempre faz, mesmo que seja para comemorar seus 17 anos. Imagine os 18. Ela vai parar a cidade toda. 
Fui ao Green contar para meus amigos como estou feliz e conversar com o Lucas sobre "nós". A Paola estava lá com o pessoal, rindo. Não gostei. Será que vou ser trocada? 

- Atrapalho? – sorri. 
- Nunca! – Isabela me abraçou. 
- Cadê o Lucas? Tenho que conversar com ele. 
- Foi tomar banho. A gente vai sair. SÓ NÓS DOIS... – Paola sorriu sinicamente. Queria pegar naqueles cabelos oxigenados e arrancar fio por fio. 
- Não te perg... 
- Não precisa brigar! O Lucas já chegou... – Gabriel disse impaciente. 
- E ai, Malu! – me abraçou. 
- Oi... Eu queria falar contigo. Mas você vai sair então amanhã eu venho. Vou ficar um pouco aqui te esperando, mas se demorar, amanhã estarei aqui novamente. Espero que você também. 
- Eu só vou levar a Paola em casa. Já volto. 
- Não foi o que fiquei sabendo... – disse cerrando a Paola com os olhos. O Lucas ia falar algo, mas a Isabela interrompeu. 
Lucas, por favor. Vai logo, vai! 

Paola riu e subiu na moto. Quando a vi segurando na cintura dele e dando aquele sorriso falso para mim, eu fiquei com uma vontade de derrubá-la da moto. Ah... Que raiva! Depois de muito conversar e esperar, ele chegou. 

- Ei! Desculpa a demora. A Paola não gosta de você... – riu fraco. 
- Que bom! Nem eu gosto dela. – ri – Mas, então, vamos conversar? 

Fomos até sua casa. Contei que provavelmente voltaria com o Thiago, e que era pra valer. Não quero mais confusões amorosas, mas a amizade dele é muito importante e eu queria continuar com isso. Pelo seu olhar, vi que ficou um pouco chateado. 

- Não tenho mesmo chances? 
- Desculpa. 
- Vocês estão bem juntos. Formam um casal legal. 
- Na verdade ainda somos amigos. Estamos dando um restart. – ri para quebrar um pouco o gelo. 
- Legal o trocadilho. Mas, hum, ele conseguiu te conquistar mesmo, não é? Sempre soube. Só queria mesmo... Esquece. 
- Ahm... Mas e a Paola? 
- Passatempo. Deixa pra lá. Pelo menos você quer a minha amizade. 
- Quero muito! Não fica chateado comigo. 
- Não estou. Era só isso? Vamos voltar. 
- É... Realmente, você ficou chateado. 
- Se continuar dizendo isso ai eu vou ficar muito chateado – riu – Vamos, quer que eu lhe leve? 
- Está me colocando pra fora? – ri. 
- Não, boba! Mas pensei que como você estava aqui só pra falar comigo, quisesse ir pra casa. Então, estou oferecendo carona. 
- Ok. Vamos então. 

O caminho foi silencioso. Pelo visto ele ficou mesmo chateado. Fazer o que, é a vida e eu sei que ele supera tudo isso com as neguinhas dele. 

***
Hoje é o dia de fazer a prova da bolsa pro Canadá. Estava confiante, tinha certeza que passaria. O Thiago e as meninas fizeram no mesmo local que o meu. Nos demos super bem! Inglês é a melhor matéria do mundo. 

***
Thiago tinha me convidado para um “jantar” naquele local onde fazem as festas aqui. Preparou tudo só para nós dois. A meu ver, ele deve me pedir em namoro, pois estamos a um bom tempo só na amizade, tirando os meses que ficamos sem nos falar. Claro que quando minha avó soube fez questão de me dar dinheiro para comprar um vestido lindo. 

Me preparei toda para ir ao seu encontro. 

Dei a batida secreta na porta – a gente combinou uma batida secreta, pois ele já estava lá e não queria abrir pra ninguém, a não ser que fosse eu - e ele foi atender. Quando nos vimos, demos um abraço apertado e ele vendou meu rosto correndo, para subimos na área vip. Onde foi nosso primeiro encontro. Aquele em que estava tudo desligado, ele tropeçou, demos o nosso beijo... Aquele dia foi especial. 
Quando abri os olhos, vi algo que nunca imaginaria que alguém fizesse por mim. Na verdade, poderia sacar que ele fosse fazer isso, pois tinha me prometido algo romântico, pois quando me pediu em namoro pela primeira vez, não conseguiu fazer o que tinha planejado. Ainda não esqueci que ele tem que tocar uma musica para mim no violão. 

- Amo você. 
- Amo você também, pequena. 
- Por que fez isso? 
- Como por quê? Eu te amo! Quero ficar contigo... Sinto sua falta. Você sabe... 
- Eu também. 
- Então... Se quiser voltar comigo, me beije; Se quiser só a minha amizade, me dê um abraço; Se não quiser nenhum dos dois, bom... Pode sair daqui e me deixar chorando pro resto da vida – rimos – Mas, se eu fosse você, escolheria a primeira – riu fraco. 
- Adorei essas propostas, mas já vim com a minha escolha. Espero que entenda. Você sabe o quanto eu quero que você seja feliz... – sim, eu ia escolher a primeira alternativa, mas eu gosto de deixar o Thiago desse jeito. Mesmo que ele fique irritado, eu gosto. 
- Não me deixe na curiosidade... 
- Eu amo você, mas... 
- Mas?! Fiz isso tudo aqui pra NADA?! Por favor... 

Ele se levantou rapidamente. Pelo visto ele não gostou nadinha, então era melhor eu parar e falar logo a real. 


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